25 junho 2009

Público vs Privado

Existe uma coisa que eu acho uma certa piada, é que as pessoas acham que só tem mal tornar as coisas públicas, que privadas não faz mal.

Seja o que se for que se faça, desde que fique privado, que nunca se saiba, que ninguém saiba, não faz mal.

E se souber desde que ninguém acredite, que quem o disser caia no ridículo, não tem mal.

Então e os factos, a verdade, já nada disso importa?

Serei assim tão idealista?

PS: Eu sei, já pareço um jornalista... LOL

20 junho 2009

Porque é que ninguém investiga em Portugal

Tecnologicamente falando, o meu cavalo de batalha, é algo que se pode considerar como um dialecto de Model Driven Architecture ou Intentional Programming.

Já não basta em Portugal a mentalidade ser muito contra quem se atreve a fazer alguma coisa, volta e meia uma pessoa leva com investidas que tentam de alguma forma desacreditar o trabalho de anos e se possível sacar alguma coisa para re-implementarem ou fazerem bonito numa entrevista de trabalho.

Por exemplo, já me pediram directamente para explicar como funcionava a minha framework de testes para que fizessem boa figura num emprego (do qual acabou por ser despedido pouco depois), e tive uma reacção muito negativa quando tentei explicar que a pessoa estava a querer que lhe desse meses de trabalho em troca de nada.

Há uns tempos tive uma longa discussão com um desses amigos que me confrontou com uma framework de MDA em questão, e até lhe fiz o favor de a analisar e de a comparar. De facto era uma framework bastante evoluída face à minha, no entanto algumas especificadades da minha fazem-me com que por agora continue com ela. O que não quer dizer que no futuro a minha decisão seja a mesma ou que se fosse começar agora teria começado a minha em vez de usar directamente essa.

À uns tempos, porém falei com uma pessoa que admirei ao longo do meu curso no IST, era um colega mais velho que sempre admirei pelos seus vastos conhecimentos e projectos em que se envolvia com resultados positivos.

Expliquei-lhe em linhas gerais a minha linha de trabalho, ele depois pediu-me que lhe explicasse e mostrasse um pouco da DSL principal que uso. Quando ele me perguntou que vantagens tinha em relação a um qualquer outro ambiente de desenvolvimento, fiquei um pouco estupefacto e respondi-lhe as vantagens genéricas destas abordagens como independência de plataforma ou separação de preocupações.

Mas se aquilo em que trabalho é completamente irrelevante em termos de produtividade, porque é que o Intentional Programming que é um projecto de investigação com mais de 20 anos ou se investe tanto em MDA? Porque é que a Microsoft vai lançar no próximo VS suporte a DSLs? Acho que nem merece resposta.

Obviamente que não vou discutir aquilo que se pode ou não fazer com uma dada linguagem, até porque com assembly consegue-se fazer tudo, mas o que se estava a discutir era o que tenho andado a investir, ao que ele reduz a nada porque não vê nada para além do que já existe no mercado.

Mesmo que todo o meu investimento seja completamente inútil, é sempre prematuro dar uma opinião dessas sem ver mais detalhes.

Quando ele me perguntou pela DSL, ele já se tinha decidido, porque quando se redus todo um trabalho a uma DSL, muito já se perdeu. Porque em situações normais, estaria mais preocupado em perguntar-me por plataformas, linguagens, toolkits, etc.

É como reduzir um browser ao HTML.

Agora resta saber qual a intenção dele, se estaria a pensar em como re-implementar, se estaria meramente a reagir à portuguesa e a deitar abaixo, just because.

Uma coisa é certa, se uma pessoa tem interesse em ajudar, o seu interesse surge muito antes da DSL, quer saber outros pormenores, desde quando o HTML ou o XHTML são o mais importante num browser?, como tal não faz sentido prolongar a conversa just because.

Não vale a pena contar novamente a experiência da gaiola dos macacos e das bananas, mas parece-me que no caso dele, ele também já está a espancar.