01 julho 2008

Portugal, Portugal, assim sim!

Para todos os tugalhados que achavam que ganhar o europeu é que era.

Que nada na sua vida este ano, seria melhor do que ganhar o europeu.

Eis que Portugal surge no meio dos países inovadores a apostar nos veículos eléctricos, parece que finalmente o nosso Primeiro Ministro ganhou algum bom senso e decidiu que realmente os grandes investimentos no petróleo não chegam. Que realmente é preciso mais, que é preciso apostar em veículos eléctricos.

Vejamos como é que efectivamente vão introduzir este programa em Portugal, mas isto sim. Isto é muito melhor que ganhar o europeu. Ou vocês preferem ficar tesos e andar a pé? :P

Já para não falar do mal que as emissões da combustão do petróleo causam nas outras pessoas. Engraçado, porque as pessoas preocupam-se mais com os animais e com as plantas. Pois tem razão, isto não importa. :D

27 junho 2008

O que implica a nossa existência

(Nesta mensagem excedi-me mais do que o costume, também já havia algum tempo sem falar muito, mas senti que era altura de partilhar convosco experiências e pensamentos, que vos poderão ser úteis. Eu sei que sou chato, mas desta feita, acho que vale a pena, espero que os corajosos não discordem.)

O nosso bem estar no mundo dito moderno já implica por si mortes no resto do mundo.

Se todos tivéssemos o mesmo nível de vida, eram necessários vários planetas, e como tal deixa-se viver na miséria, deixa-se morrer muita gente mundo fora que efectivamente poderíamos salvar.

Mas não se pode, porque se o fizermos, teríamos de repensar tudo e muito provavelmente teríamos de baixar o nosso nível de vida. E como tal não fazemos nada, vê-mos na tv a miséria e ficamos revoltados por ninguém fazer nada, mas depois continuamos com a nossa vidinha como se não tivéssemos nada a ver com isso. Esse é o problema, todos nós temos muito a ver.

Por exemplo, no meu caso, tratar o meu cancro, permitira salvar centenas ou mesmo dezenas de milhar de crianças em África. Quando nos lembramos destes factos, pensamos em que raio de mundo vivemos? Por exemplo, quantas campanhas dizem que basta 1€ para salvar uma vida com uma vacina. Claro que muitas vezes esse euro é necessário para salvar no momento, mas depois existem os dias seguintes. Seja como for é um tratamento tal como o do meu cancro, eu também terei um amanhã para sobreviver, se sobreviver.

Só um medicamento que tomo por causa dos vómitos e outros efeitos secundários causados pela quimioterapia custam 126,37€ por sessão, deverei ter umas 12, como tal 1514,44€, só aí vão-se 1514 vidas. Mas os custos reais de um tratamento de cancro, segundo ouvi podem ascender a 100 000€ ou mesmo 200 000€. 100 ou 200 mil vidas?

O que eu penso é simples, já que o meu viver implica mortes de inocentes, porque efectivamente a verdade nua e crua é essa, ao menos enquanto eu viver, vou-me esforçar ao máximo por lutar por ajudar as pessoas que poder e por continuar a trabalhar com ideais na cabeça, a lutar por coisas que pessoas dizem ser sonhos, mas que na realidade as sinto como obrigações.

Não foi uma escolha que fiz, nasci neste mundo, sou fruto da educação que tenho, da inteligência que tenho, do sentido de responsabilidade que tenho.

Agora se vou viver para o resto da minha vida, num mundo moderno egoísta hipócrita invejoso, que apenas quer saber de dinheiro, borgas, sexo, grandes carros, grandes luxos, lixar os outros nem que seja só porque sim. Como se vê na especulação com os alimentos, nada é respeitado. Ou na luta contra as doenças em que as farmacêuticas descobriram lucram muito mais com os medicamentos que cuidam dos sintomas, do que com os que curam. Obrigando as universidades ou institutos a descobrir as curas, porque isso não lhes interessa investigar. Ou deixam morrer pessoas com doenças aos milhares em África, porque não podem pagar os seus preços elevados, recentemente viram-se obrigados a mudar de atitude neste aspecto devido às proporções atingidas e a países, nomeadamente o Brasil que começou a produzir a baixo custo, sem lhes pagar um tostão.

Não me posso sentir perseguido, ou um mártir, porque este mundo subsiste à conta de muita miséria e muitas mortes, eu sou apenas um que luto contra isso, e como tal não sou bem vindo porque a mudança assusta as pessoas.

E não pensem que são os outros que fazem isso, todos fazemos quando colocam o nosso dinheiro no banco e perguntamos qual o fundo mais rentável para investir, e nesse momento a preocupação de todos é unicamente fazer mais uns trocos, o que implica, nem pensamos. Nem sabemos onde investe o fundo onde o vamos colocar.

Por exemplo, a grande maioria das pessoas que conheço tem grandes sonhos para as suas vidas, muitas delas até têm boas hipóteses de os conseguir atingir. A grande maioria nem sequer tenta, arranja todas as desculpas e mais algumas, ou porque chegam cansados a casa ou porque têm muitas despesas ou por isto ou por aquilo.

Outros tentam, mas sabotam os seus sonhos, num caso por exemplo, o empresário em questão apesar de ter excelentes ideias, ao chegar a empresário tornou-se extremamente preguiçoso, tentando empurrar tudo para os outros fazerem e só fazia qualquer coisa quando efectivamente era pressionado, e muitas vezes recusava por estar ocupado a jogar computador. Tive muita pena deste caso, porque efectivamente era uma pessoa com um grande potencial, porque tinha ideias que a princípio me pareciam aberrações, mas que depois de estudadas eram de facto excelentes ideia. Por sistema eu dou sempre o benefício da dúvida e foi por isso, que se conseguiu perceber que eram excelentes ideias. Algumas desconfio que ele as mandava para o ar para ver se se auto-descredibiliza, mas tinha azar. Tive muita pena porque era uma pessoa com um potencial muito grande. Mas eu não acredito que ele tivesse feito de propósito.

Tal como a maior parte das pessoas não o faz de propósito, são traições que o nosso inconsciente nos faz, normalmente por coisas que nem a nós próprios admitimos, medos, traumas de infância, humilhações que passámos ao longo da vida, pessoas que nos manipulam ou nos sugestionam ou simplesmente nos controlam através de laços afectivos.

E depois para nos sentirmos bem, convencemos-nos de que a culpa não é nossa, como tal é sempre dos outros, muitas vezes daqueles que nos estão a tentar ajudar. São mentiras que contamos a nós próprios para nos sentirmos bem. O problema é que depois acreditamos nelas e acabamos por ser injustos com essas pessoas e descarregamos nelas a culpa que elas não têm, gerando ainda mais problemas.

Quantas vezes dizemos ou fazemos o que não queremos? E muitas vezes não sabemos porque o dissemos ou fizemos. Por exemplo quando sabíamos a matéria toda e chumbámos no exame sem qualquer motivo óbvio, em fim, tantas situações que todos já passámos. São situações em que o nosso inconsciente devia levar umas lambadas.

O que eu faço, assim como alguns amigos meus que já perceberam que as coisas são mesmo assim, é ter o inconsciente sempre debaixo de olho, e ter sempre em aberto a possibilidade de que quando vamos fazer alguma coisa de que o inconsciente poderá ir-nos lixar sem nós percebermos.

Por isso antes, devemos nos mentalizar, falar com ele, dar-lhe ordens motivá-lo, o que estamos a fazer não é mais do que tentar dar-lhe informação para ele reagir correctamente, o facto de ele ir obedecer ou não tem a ver com muito do que lá vai dentro que não admitimos, quanto mais admitirmos e pusermos em causa o que poderá ser, mais perto de ele nos obedecer ficamos.

Quando falhamos ou alguma coisa está mal, temos de analisar os factores externos todos e ver onde também errámos, onde poderá estar a culpa do nosso inconsciente, o que ele podia ter feito melhor, e mesmo que o inconsciente esteja inocente não faz mal dar-lhe umas lambadas, porque apenas vai servir para reforçar o que ele já sabe, se ele for culpado vai servir para ele des-reforçar os motivos que levaram a essa situação.

Ou seja, mesmo em caso de dúvida, umas lambadas no inconsciente é sempre uma boa ideia.

Para quem não acredita nada destas coisas, sugiro que falem com praticantes de artes marciais em que existe quebra de objectos, por exemplo madeira.

Se o inconsciente decidir que vai partir, o movimento da mão, por exemplo, tem um ponto de chegada que é depois da madeira, a madeira é tida como um obstáculo e a penetração planeada.

Se o inconsciente decidir que não vai partir, o ponto de chegada passa a ser a madeira, toda a força vai ser usada para bater de frente na madeira e não para a penetrar, se for usada força suficiente, a probabilidade de partir a mão existe e é muito elevada. O que por vezes acontece porque quando falham as quebras por este motivo os praticantes aumentam a força com que atingem a madeira.

Assisti num exame de taekwondo precisamente a esta situação, um aluno a fazer um exame para um cinto já bastante graduado, castanho ou talvez já mesmo preto, não tenho a certeza.
Por qualquer motivo o aluno entrou nesse ciclo, talvez por ser um exame muito importante, obrigando o instrutor a intervir antes que ele se magoasse a sério, e disse-lhe que apenas o deixava tentar mais uma vez, ralhou com ele, porque ele andava a bater na tábua e não estava a tentar partir a tábua. O aluno arriscava-se de facto a chumbar no exame, ele não sabia, mas mesmo nesta situação ele controlou-se e empregando menos força partiu a tábua.

Há milhares de anos que os orientais sabem disto, como tal não é novidade nenhuma.

É verdade que em Portugal a mentalidade é anti fazer alguma coisa, é anti empreendedorismo, é anti ajudar alguém que precise, etc. Também é verdade que ao tentar enfrentar isso tenho levada muita porrada, mas a verdade é que a grande maioria de vocês sempre tiveram melhores condições para lutar que eu, mas não ousaram.

E simplesmente estou a falar de sonhos, e não têm nenhum sentido de responsabilidade de quando morrerem deixarem este mundo um pouco melhor, de ao menos terem tentado?

Pois é, eu agora à conta do meu cancro, aprendi umas coisas novas. E vou partilhar convosco porque pode ser que sirva para alguma coisa.

Eu antes de ser internado no hospital andei meses muito pior do que ando agora, mesmo agora depois de ter levado quimioterapia à dois dias, dizem que ter sido a primeira ajuda.

No hospital, fiquei debilitado por causa de uma séria privação de sono e de movimentos, apesar de ter estado internado apenas 11 noites, quando saí de lá todo o mundo era estranho para mim, sentia-me um astronauta num planeta estranho novo, e honestamente as pessoas assustavam-me. Sim saí de lá um bocado baralhado.

É normal, aconteceu ao meu colega de quarto e lamento não ter avisado os familiares antes da alta dele, porque ele esteve mais tempo internado do que eu, sofreu bastante com isso e os familiares não o poderam confortar que era normal. Ele não disse nada a ninguém e possivelmente terá-se sentido a perder as suas faculdades.

Note-se que já ouvi histórias que chegam 8 noites em certas condições. para levar uma pessoa à loucura, por isso, a privação de sono é mesmo uma coisa muito séria. Eu não estive nessas condições felizmente, nem perdi a noção da realidade, apenas me desliguei do mundo exterior devido ao ambiente redutor do hospital.

No início de vir do hospital, nos primeiros dias era capaz de ficar horas para me levantar para mudar de canal, mesmo estando a ver coisas que me irritavam bastante. Mas depois comecei a reagir, comecei a estudar e a planear o que deveria fazer para estar o melhor possível para quando começasse a quimioterapia.

O meu objectivo era pelo menos conseguir ficar como estava antes de ser internado no hospital, comprei uma bicicleta elíptica para treinar em casa, visto que até nem me convem muito andar por aí a passear especialmente agora depois da quimioterapia que me enfraquece o sistema imunitário.

Melhorei em muito a minha alimentação, graças à ajuda da minha Célia e dos meus pais, principalmente da Célia que tem perdido longas horas na cozinha e me obriga a comer quando não tenho apetite (às vezes acontece causado pelo cancro ou pela quimioterapia). Os meus pais fazem questão de me encher o frigorífico e como sabem que não gosto de estragar comida, obrigam-me assim a comer, outras técnicas.

Nem tudo foram rosas, por exemplo a Célia está em altura de exames e passou muitas noites mal dormidas por causa de mim, a baixar-me a febre, etc. Até na noite em que no dia seguinte ela tinha dois exames, ela esteve do meu lado e quase não dormiu nada. Obviamente que a prejudiquei em muito numa altura em que ela tem de mostrar o que aprendeu e trabalhou ao longo de todo um semestre.

Estou a apenas a dizer isto, para terem a noção de que efectivamente esta doença é séria e tem implicado grandes sacrifícios a quem me tem ajudado (nuns casos mais do que noutros) e que não é uma coisa sem importância.

Mas tenho lutado muito contra ela, e consegui ficar e sentir-me melhor do que me sentia antes de ser internado, talvez porque o meu inconsciente andava em baixo devido à minha situação pessoal e profissional. Eu sei que os motivos eram válidos. Mas mandei-lhe umas boas lambadas e foquei-o no mais importante, quer eu sobreviva ou não, existem duas coisas que são muito importantes para mim.

Dizem que quando sentimos a morte perto, ou pelo menos a possibilidade disso, que a nossa maneira de ver o mundo muda, para mim não mudou, apenas me sublinhou ainda mais o que é efectivamente importante, deu-me mais força, e um sentido de urgência, porque se agora é difícil liderar um projecto destes mesmo com o apoio de pessoas que sabem o que dizem, credibilizadas pelo mercado, amanhã se morrer poderá ainda tornar-se mais complicado.

Porque para todos os efeitos a perda do "pai" de um projecto destes é sempre um desafio à sobrevivência do mesmo, mesmo quando este tem uma dimensão considerável, veja-se por exemplo o caso da IKEA ou de muitas outras empresas, em que o "pai" tomou inúmeras medidas para que isso não acontecesse, muitas deles não foram por motivos financeiros. Ou muitos casos, em que a sua partida causou disputas pelo poder que tudo destruiram.

Mas não se assustem por enquanto os prognósticos da minha doença são bastante bons e não me deram nenhuma estimativa de tempo de vida, antes pelo contrário, mas a percentagem por mais diminuta que seja está lá, e pelo menos a mim serviu-me para despertar.

Salto da cama cheio de vontade de trabalhar, sinto-me bem, estou bem, continuo a lutar, o cancro está cá, é mais uma luta, estou cheio de força, vamos embora, vamos lá vencer estas batalhas. Este é o espírito com que enfrento a minha vida agora.

E gostava que todos vocês também encarassem as vossas batalhas com pelo menos a força que eu encaro, se conseguirem mais ainda, força nisso, mas pessoal toca a lutar, não se deixem controlar por coisas que vocês se recusam a compreender.

Eu sei que também me ajudou muito, as palavras de muitos amigos meus, que percebendo o significado do Strengh and Honour, me souberam tocar nos pontos certos e nem precisaram de falar muito. A todos um grande obrigado.

Só fazer aqui duas resalvas.

A primeira é que não me cabe a mim dizer o que fazer com o dinheiro que custa o meu tratamento, logo tive a sorte ou o azar de não ser eu a decidir isso. Porque me impõe mais responsabilidades. Se bem que nada implicaria que fosse bem empregue, mas essa é outra história.

A segunda é que dar dinheiro a organizações nem sempre é boa ideia, porque muitas vezes a forma como são geridas fazem com que o nosso dinheiro seja na verdade mal empregue.

Por exemplo, a responsável do Banco Alimentar de luta contra a fome, admitiu que de facto têm trabalhado com as organizações de solidariedade para se conseguir fazer mais com menos, e que de facto têm conseguido, quando pressionada por uma jornalista.

Este é o exemplo mais light e menos polémico que consigo dar sem correr o risco de arranjar atritos, até porque amanhã até gostaria de ajudar algumas dessas organizações a mudar.

Peço desculpa por ter sido tão longo, sei que poucos serão os corajosos que o fizeram, a todos espero que o que partilhei convosco um dia vos ajude nalguma coisa.

06 junho 2008

Aniversário

Hoje faço 29 anos, mas não estou a falar nisso para me darem os parabéns, até porque nem faço grande questão disso.

Simplesmente, porque achei que era altura de publicamente assumir, o que parte dos meus amigos já sabem.

Pois é, foi-me detectado um cancro, um linfoma de hodgkin. Tive sorte, porque pelo vistos apanhei um dos tipos de cancro mais fáceis de tratar (70% de probabilidade de sobrevivência).

Em breve vou iniciar os seis meses de quimioterapia e depois vou terminar em grande com radioterapia.

Estou muito optimista que irá correr tudo bem.

Mas devido às perturbações causadas pela doença não vou estar disponível para vos melgar com posts enormes neste blog :D

Um grande abraço a todos!

03 junho 2008

Onde é que andam os pais destas crianças

Eu gostava de saber onde é que andam os pais destas crianças. não só neste momento, porque segundo me informaram não é seguro para as crianças estarem sozinhas no recinto, nem à volta dele, como em toda a vida das crianças. Porque efectivamente, nada há mais a dizer que falharam redondamente, provavelmente por estarem demasiado ocupados a ver futebol ou novelas.



Alguém ousa discordar?

Os motivos podem ser outros e geralmente são, mas a verdade é que todos têm tempo para o futebol e para as novelas, por isso nada de ficarem escamados a fazerem-se de mal entendidos.

16 maio 2008

Toca a motivar







Fracassos Famosos

Hoje partilho convosco pessoas famosas que fracassaram ou foram rejeitadas pela sociedade, para mais tarde contra tudo e todos, finalmente triunfarem.



Este do Michael Jordan também está engraçado:



Este agora é mais secante, porque é um tipo a vender um livro que fala em mais casos, embora tenha algumas informações interessantes...



É engraçado, para nós, isto até soa a estranho, num país em que se ataca as pessoas ainda antes de falharem e se as enterra quando falham. Saber que um fracasso pode ser apenas um alavanca para um sucesso maior é realmente extraordinário, é um prisma engraçado para ver as coisas.

Já o Jack Welsh dizia que "As vitórias dele faziam-no mais confiante, mas eram os fracassos que o ensinavam".

Realmente à medida que aprendemos, a forma como encaramos cada desafio evolui. E com os fracassos, especialmente os grandes é quando se aprende mais.

14 maio 2008

Acordo Ortográfico - Fim do Português de Portugal

A maior parte das pessoas pensa que o acordo ortográfico apenas implica que algumas palavras mudem de nome, mas isto na verdade é uma grande mentira:

"E para uma mais clara relação dos países lusófonos, no seu conjunto, com o resto do mundo – nos fóruns internacionais, como na ONU, os documentos oficiais não terão que ser mais traduzidos para as duas variantes da língua lusa, como acontece até agora."

Isto foi tirado de um manifesto que defende o tratado e quer que seja antecipado, não assinem este: http://www.gopetition.com/online/17740, mas leiam para ver o que ele defende

Ou seja o Português de Portugal ou Português Europeu morre!

Investiguem e oiçam o que motivo pelo qual defendem este acordo.

É verdade que o Brasil tem são 190 milhões e Portugal uns meros 11milhões. É verdade que existem mais Brasileiros e Portugueses espalhados pelo mundo fora. Mas não sei quantos são.

E pior os brasileiros passam a ser os que falam um Português correcto e nós passamos a ser os atrasados. Nice, não é? Nem sequer temos o direito de proteger o nosso dialecto, porque sim, somos uma minoria. Protege-se os dialectos como o Mirandês, e o Português de Portugal deita-se fora.

Se não acreditem investiguem oiçam os defensores do acordo.

Eu acho piada é a isto, a UE respeitou a nossa língua, a ONU também, nós não.

Por favor assinem a petição, avisem os vossos amigos, os vossos familiares toda a gente que consigam, façam barulho vosso blog, avisem colegas no emprego.

http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

Se o acordo não for cancelado em breve vamos ser todos portugueses de 2ª, não sabemos a língua oficial do nosso país. O nosso português passa a ser estranho e os brasileiros vão voar à nossa frente em qualquer emprego em que tenhamos de escrever umas linhas.

Quem contraria um brasileiro agora para escrever documentos oficiais de uma empresa? Só um que conseguisse escrever Português de Portugal correcto, agora a situação inverte-se. É que nem para gestor de projecto, nem para consultor, porque por vezes esses documentos têm caracter oficial ou podem ter de ir a tribunal. E nenhuma empresa pode ser interpelada por ter um português estranho arcaico, porque é isso que o Português de Portugal vai ser.

Leiam, aprofundem, quanto mais lerem, mais grave e preocupante é para nós. Eu só não percebo quando se defendem os outros dialectos, porquê acabar com um dialecto que é falado por uns 10 milhões de pessoas.

08 maio 2008

Responsabilidade Social das Empresas

Vamos lá ver uma coisa porque nestes assuntos é fácil ser mal interpretado, vou falar das situações previstas no código e vou ignorar os abusos ao código no que toca a contratos a prazo e recibos verdes, porque esse problema não é do código, mas da IGT que não tem fiscalizado.

Eu não estou contra que as empresas tenham uma responsabilidade social e façam o que podem, o que eu estou contra é que o estado empurre para as empresas as responsabilidades que efectivamente são suas, porque a grande maioria das empresas 99,9% são PMEs, e apresar de serem responsáveis por 2 000 000 empregos, a média de empregados por empresa é 6,9.

Na verdade este valor está distorcido por causa das médias empresas que, salvo erro, podem ter até 200 empregados. Muito provavelmente a grande maioria das PMEs deverá ter 2 ou 3 empregados, incluindo o patrão.

É honesto um governo empurrar responsabilidades sociais para empresas com 2 ou 3 empregados, é que o custo disso tem de ser pago pelo trabalho feito por todos. É contra isto que estou, porque fala-se muito e aquilo que até poderá ser justo para as grandes, para as pequenas estraga tudo. Para além do mais as empresas pagam bastantes impostos que o estado devia usar para as pessoas que precisam.

Vou dar apenas alguns exemplos de situações bem reais que lixam logo uma PME de caras.

A empresa tem um empregado que começa a aprontar e se recusa a trabalhar e ainda a brincar e gozar com toda a gente. É fácil despedir como dizem? Eu pergunto então como, como é que se prova? Como é que uma PME vai fazer uma reestruturação e despedir no mínimo 2 empregados? Para fazer isso algumas teriam de despedir os empregados todos e outros até o patrão. Por isso algumas fecham por causa destes problemas e abrem outra. As organizações internacionais já alertaram para isto, mas ninguém quer saber.

Por exemplo, uma empresa em que o patrão faz artesanato, uma empregada de escritórios e um entregador. Num acidente de trabalho, o homem fica numa de rodas. Que pode fazer a empresa? Despede o empregado de escritório? Porque tem de contratar sempre outra pessoa para as entregas. E no caso das PMEs alguém tem de ser despedido, porque muitas vezes não existe trabalho para pagar a mais um empregado.
Mas esperem, alguém perguntou ao homem que ficou numa cadeira de rodas se efectivamente era isso que ele queria? Alguém se preocupou em tentar conseguir-lhe um posto de trabalho onde fosse feliz? Eu digo isto porque conheço quem odeie ficar fechado num escritório o dia todo.

Por exemplo, uma senhora que por estar grávida, sabe que não pode ser despedida então começa a aprontar a torto e a direito, infelizmente acontece. Automaticamente numa empresa com 2 ou 3 empregados, a coisa fica preta não só para a empresa, mas para os empregados também, até porque as pessoas enervam-se, rebentam discussões, problemas, etc, etc. Será este um ambiente bom para uma grávida? Eu não sei como resolver isto, mas quem devia assumir devia ser o estado.

Mesmo que a senhora grávida dê o seu melhor, existem empresas onde o facto de estar grávida, implica que não possa realizar o seu trabalho, até numa perspectiva de protecção ao bebé, o que para muitas empresas implica mais um ordenado para pagar porque têm de contratar outra pessoa.

O que eu acho é que sempre que não seja recomendável à grávida executar o seu trabalho e a empresa não tenha condições para a meter noutro posto, o vencimento dela deveria ser suspenso na empresa e pago na totalidade pelo estado. Custa menos ao estado que a uma empresa com dois ou três empregados.

Importa esclarecer duas coisas, não é por uma pessoa ser deficiente ou estar grávida que deve ser colocada de parte, nada disso, o que se passa é que existem situações em que a empresa não têm capacidade de suportar essas situações e que muitas vezes não fazem sentido sequer para o trabalhador.

Por exemplo, o exemplo do entregador, provavelmente ele seria muito mais feliz como condutor de autocarros ou de comboios em vez de ficar fechado num escritório a atender o telefone. E o que fazia sentido seria o estado apoiá-lo nessa procura e não empurrá-lo para a empresa.

No caso da gravidez, de acordo com o que ouvi, a gravidez transforma a mulher, torna-a mais criativa, em muitos empregos até é um bom investimento para a empresa, é preciso é garantir que esse facto não coloca em causa a empresa. Porque se o faz, lá se vão os empregos à mesma.

Mas porque é que me dou ao trabalho de falar de empresas que representam provavelmente 30 ou 40% dos empregos em Portugal? Simples, porque estas empresas, por cá desprezadas, são o motor da economia do país, quando elas não estão bem, a economia nacional não está bem. São estas empresas que são responsáveis pelo dinamismo e reactividade da economia de um país. Pois crise :S

Agora as grandes, essas podem-se dar ao luxo de cometer abusos juntos dos empregados, brincar com eles e tudo o mais que revolta as pessoas, porque a sua dimensão lhes permite isso, e sim essas têm uma dimensão suficientemente grande para encontrar dentro de si mesmas soluções para os problemas de diferentes empregados, mas mesmo assim, não se está a pensar em encontrar um local onde o trabalhador seja feliz, mas sim onde enfiá-lo.

Por isso é que despedir é também libertar a pessoa para encontrar um posto de trabalho onde poderá ser feliz. Enfiar a pessoa num lado qualquer é um atentado contra as pessoas.

Deviam existir em Portugal um maior apoio social para que as pessoas procurassem empregos onde fossem produtivas e felizes, todos ganhariam, é óbvio para que isso acontecesse é preciso libertar muitas das suas prisões, mas o estado devia apoiar todos para que ninguém tivesse medo.

Para dizer a verdade, pelas minhas contas nem sairia mais caro às empresas, dado que actualmente elas recorrem às empresas de trabalho temporário. Note-se que não estou a falar de outsourcing, embora nalguns casos este seja a mesma coisa disfarçada. :)

Futebol - Esclarecimentos

Bem, em primeiro lugar eu não tenho nada contra o Futebol, para dizer a verdade apenas refiro o futebol por dois motivos:

Em primeiro lugar porque a grande maioria das pessoas vive o futebol intensamente e têm uma grande noção de como funciona. Preocupam-se como a equipa delas funciona, querem que ela ganhe. O que normalmente não acontece com as empresas, porque as pessoas pensam sempre que a empresa os explora, que ganha rios de dinheiro com eles e que se lixe. O que as pessoas não vêm é que são os jogadores dessa empresa, e que é nos seus ordenados que se sofrem as consequências.

Em segundo lugar as pessoas vêem no Futebol como a grande fonte da sua felicidade. Se o clube ganha o campeonato ou a liga dos campeões, é uma loucura imensa. Nada nas suas vidas se iguala. O problema não é as pessoas vibrarem com o futebol, o problema é a forma como encaram as suas vidas, dado que geralmente são autodestrutivas, antiempreendedoras, egoístas, e como diria um Professor meu, "Juntam-se para deitar abaixo" aqueles que ousam. E isto já é uma mentalidade do tempo dos Descobrimentos.

As pessoas cá em Portugal, juntam-se para o Futebol, juntam-se para os copos, juntam-se para os jantares, mas não se juntam para ajudar os amigos. Eu sei que existem excepções, existem sempre excepções. Infelizmente a grande maioria das situações são situações em que as pessoas fazem isso por protagonismo, quando ninguém vai saber as pessoas não têm tempo.

Depois cá em Portugal existe uma mentalidade de ficar rico, o sonho da grande maioria dos portugueses é ficar rico e não ter de trabalhar. As pessoas não têm gosto por se sentir úteis, não gostam de fazer nada. Isto vê-se na forma como encaram os trabalhos de uma forma desmotivada e pouco profissional à espera que venha a fortuna do euromilhões, por exemplo.

Uma vez incluiram-me numa prenda de aniversário sem me perguntarem, mas quando me disseram, não me disseram o valor. Uns tempos depois recebo por email a notificação do valor 10 ou 15€ e por baixo, agradecia que me pagasses o mais rapidamente possível. Fui no próprio dia assim que o individuo chegou a casa.

Quem é este indivíduo?
Simplesmente é sócio de um dos grandes em Portugal, vai aos jogos todos em casa que pode, a grande maioria dos amigos dele é do mesmo clube e o clube é a fonte das suas alegrias. Como todos os portugueses quer ficar rico e joga todas as semanas no euromilhões. Ou seja gasta só no euromilhões 520€ por ano, no futebol nem sei. Mas trata um amigo por caloteiro por 10/15€, isto é normal? Não, mas Portugal é assim.

Este caramelo foi uma das pessoas que mais me criticou quando criei a empresa, que meteu pessoas contra mim que depois me trairam, mas tal como todos os outros quando estive para desistir, ele não encontrou fundamentos no meu projecto que justificassem abandoná-lo.

Então, criticam, criticam, criticam, e depois quando são confrontados com a realidade, não conseguem fundamentar nada de concreto e até são obrigados a dizer que efectivamente devo continuar, apesar das dificuldades que eu vá sentir... :S

Embora ele me podesse ajudar, e numa dada altura até estava aborrecido porque a namorada estava longe e não tinha nada para fazer, ele estava a 5 minutos do local onde estava a trabalhar, nunca apareceu, nunca ofereceu ajuda, nada.

Nós ouvimos falar que nos EUA, o ppl se junta depois do trabalho, aos fins de semana, para ajudar os amigos, e que surgem assim coisas brutais, que são experiências únicas e inesquecíveis. Muitas vezes nem o fazem por dinheiro, mas fazem para fazerem algo.

Agora cá em Portugal só excepções, mas existem. Para ser honesto só um amigo meu chegou a falar em vir-me ajudar temporariamente, de resto nenhum nunca quis. Nem nas férias deles, nem quando estavam desempregados, nem em troca de valores exagerados. Só um me recomendou a um cliente dele, em troca de 20%, o que na altura considerámos ambos ser justo.

Houve vários casos em que admitiram que o problema deles é que eu iria facturar bué e eles iam ver muito pouco, um chegou a falar que queria 50%+1 e outro um BMW Série 5. Infelizmente isto não é nenhum youtube, não tenho 1 milhão de dólares em capital de investimento. É uma empresa pequena que provavelmente nunca o deixará de o ser.

Agora novamente o futebol, no caso do futebol, ninguém tem problemas que os jogadores ganhem mais, mas pelos vistos, aqueles que o admitiram, o problema deles era que eu iria ganhar mais do que eles. Até vão para o estádio puxar por eles, pagam os bilhetes as quotas e com orgulho.

Agora eu até gosto do futebol, eu não gosto é dos tugalhados que pelo futebol fazem tudo, mas invejam e atacam os amigos, que desprezam os filhos, a mulher, o emprego, que não fazem nada por ninguém, mas pelos jogadores fazem tudo.

Parece-me justo não?

07 maio 2008

Código do Trabalho

Se o nosso código do trabalho é tão bom, então, porque é que:

- Ambicionamos o bem estar das sociedades em que o mercado de trabalho é selvagem (EUA) ou onde é um atentado ao direitos dos trabalhadores (Flexisegurança)

- As grandes empresas preferem subcontratar chegando a pagar 3x mais ou mais a ter as mesmas pessoas como empregados.

- As empresas preferem mudar de empregados regularmente ou a ficar com eles para sempre.

- O futebol goza de um regime de excepção. Qual seria o ordenado do Cristiano Ronaldo se o Manchester tivesse de o ter nos quadros até à reforma e a jogar (direito ao trabalho)?
E até poderá dar um excelente manager ou treinador. Ninguém vê isto?

- Não liberta as pessoas de funções onde não são produtivas, para poderem encontrar funções onde o são e onde são felizes. Até no futebol acontece isto, numa equipa não joga, noutra é o maior.

- O estado empurra para as empresas as responsabilidades sociais que efectivamente não cumpre, nem se preocupa em cumprir, por exemplo, apoio a grávidas e deficientes. É que não nos iludamos a grande maioria das empresas 99,9 são PMEs e não têm condições para isso.

- Uma PME não têm dimensão suficiente para se reestruturar regularmente e assim purgar os maus empregados. Mas nem as grandes os querem nos quadros.

- Não há uma preocupação clara em proteger o bom trabalhador.

- As empresas não podem controlar o que os empregados fazem durante o trabalho, navegar, chatar, emails, videos. É esse o seu trabalho?

- Está feito para grandes empresas que têm um poderio económico superior aos empregados, o que não acontece na maioria.

- Qual seria a empresa que contrataria a prazo se fosse fácil mandar embora um mau empregado embora? Porque o que é orçamentado para cada um é o mesmo. A rotatividade paga-se porque perde-se a experiência e know-how que muitas vezes não se resolve com formação.

30 abril 2008

Vergonha Parlamentar

Que vergonha!!!

Ouvi praticamente todo o debate parlamentar e fiquei profundamente desiludido com tanta palhaçada.

Palhaçada sim, porque dizer que o facto de os recibos verdes ou os contratos a prazo agora irem pagar mais iam castigar as empresas. Que vergonha!

É certo e sabido que as empresas orçamentam um determinado custo bruto a cada trabalhador, seja qual for o seu regime, na prática o que vai implicar é que o trabalhador receba menos.

Outra grande vergonha, foi nunca ter ouvido uma referência a produtividade.

Não foi uma única vez referido o pormenor do bom trabalhador que sustenta os maus trabalhadores. Outra grande vergonha. Disto depreendo que os partidos políticos assumem que são a grande maioria dos eleitores. :|

Ora vejamos, do ponto vista prático, pelos vistos a grande novidade vai ser a caça às empresas que usam os recibos verdes ou contratos a prazo para posições permanentes. Que bom!!!

Como é que as empresas se livram dos maus trabalhadores? Simples, subcontratação, as empresas de trabalho temporário devem estar a dar pulos de contentes.

Na prática, vai significar ordenados ainda mais baixos para a grande maioria.

Agora digam-me uma coisa, o que ganhamos em descontarmos do nosso trabalho para sustentar empresas de trabalho temporário, em que não temos qualquer segurança.

Porque na prática, hoje podemos estar a trabalhar aqui, amanhã ali, é esta a maior reclamação das pessoas contra a flexisegurança.

Porque ficar algum tempo à espera de colocação não é reclamado. E se não nos conseguirem colocar em lado nenhum, podem despedir-nos na hora por supressão do posto de trabalho, incompetência, n coisas, porque têm na mão a rejeição dos clientes ou seja nalguns casos nem deverão ter direito a indemnização.

Porque raio, vos assusta mais a flexisegurança, quando já nalguns casos recebem 1/3 do que receberiam, e já estão numa situação muito pior.

Eu defendo os bons trabalhadores, porque se defendermos os bons trabalhadores, todos trabalham mais, e todos ganham muito mais, todos têm uma vida com mais qualidade.

Onde estão os mecanismos para proteger os bons trabalhadores?

Já ouvi histórias de empresas onde era fácil fazer esse cálculo e uns faziam 40% da média, outros 140%, efectivamente a lei prevê estas situações, e diz que pode haver diferenciação. Mas será que permite que um receba 40% de um valor acordado e outro 140%? Ou apenas permite uma ligeira diferenciação?

É que escreve-se muito dos direitos dos trabalhadores em geral, mas muito pouco sobre a produtividade, e como deve ser aplicada, a falta dela deve ser motivo de despedimento? É que no código do trabalho não são identificados os mecanismos que deveriam estar obrigatoriamente implementados em todas as empresas para livrar os bons trabalhadores dos maus.

Porque reparemos, existem n motivos pelos quais as pessoas deixam de produzir, por exemplo, um desgosto que fez a pessoa desinteressar-se, e isso numa PME isso é gravíssimo.

Porque em média numa PME existem 6,9 trabalhadores, normalmente cada um com uma função específica ou complementar. Ou seja uma parte da empresa fica afectada porque não existe outro que a suporte.
Em termos de ordenados de um bolo para o qual produziam 7 passam a produzir 6, ou seja os 6 que trabalham passam a receber 85% do que deveriam.

Se o patrão for uma besta, arranja um esquema qualquer e troca de empregado salvando a empresa, caso contrário a empresa vai-se afundando, porque os outros trabalhadores começam a ficar desmotivados, a empresa começa a ter mais dificuldades em ter lucro a pagar os seus impostos.

Pois, isto é preocupante, mas a verdade é bem pior, porque esta média de trabalhadores é inflacionada pelas empresas Médias que podem ter até 200 trabalhadores.

Ou seja a grande maioria das PMEs deverá ter 3 ou 4 trabalhadores, normalmente incluindo o denominado patrão. Ou seja, basta um não trabalhar em quatro, para os que trabalham apenas possam receber 75% do que deveriam. Um em três daria 66,67%. E se forem dois a não trabalhar? Ou três?

Pois é, as PMEs são só 290 000 e só empregam 2 000 000 de pessoas.
Quem é que quer saber destas pessoas?

Nas grandes empresas é diferente, em primeiro lugar porque têm pessoas dedicadas que impõem regras e controlam estas situações desde o início.

Normalmente os contratos têm algumas cláusulas que permitem penalizar a pessoa, e mesmo assim se não resultar criam um departamento fantasma, dão-lhes uns objectivos experimentais, depois suprimem o departamento e lá vão eles.

Este mecanismo chegou a ser tão usado, que até surgiu a necessidade de limitar o número de reestruturações que uma empresa pode fazer por ano.

E mesmo assim as grandes empresas o que fazem? Subcontratam uma empresa qualquer a quem pagam bem pelo trabalhador e quando ele deixar de interessar o problema é dessa empresa. Poupam-se problemas, advogados, má publicidade para a empresa, até porque muitas vezes o tribunal dá razão ao trabalhador e obriga a reintegrá-lo, o que ainda pode causar mais problemas.

Assim, com este código de trabalho fica prejudicado é sempre o bom trabalhador.

Não querem flexisegurança, pois bem, agora com o novo código do trabalho, toca a descontar para as empresas de trabalho temporário ou a todos tornarem-se empresários em nome individual ou a criarem empresas unipessoais ou ldas.

Porque a lei já diz as situações em que se podem ter contratos a prazo ou a recibos verdes, até agora simplesmente não se cumpria, mas agora o governo quer que quando esses casos sejam detectados seja reposta a realidade, ou seja, transitam para o quadro. Basta que o trabalhador se vá queixar à Inspecção Geral do Trabalho.

Não nos iludamos, as grandes empresas têm os grandes especialistas em recursos humanos, os grandes advogados, mais esquemas à disposição, maior robustez financeira, e mesmo assim preferem pagar 3x mais a um intermediário do que o trabalhador receberia, para ele não ser seu empregado.

Humm, serão estúpidas? Ou então este código do trabalho não serve os interesses dos trabalhadores?

28 abril 2008

Ordenados Baixos

Bem, eu estou farto de andarem a atirar areia para os olhos das pessoas, de lhes dizerem que os baixos ordenados são porque as empresas não têm escrúpulos, que não valorizam as pessoas, etc, etc.

Sempre foi sabido que as empresas gostam de reter os bons trabalhadores, o problema é quando o bom trabalhador deixa de o ser e a empresa precisa de se livrar dele.

Recentemente um colega profissão contou-me a situação dele, trabalha para a empresa Y que o vende à empresa Z. A empresa Y recebe 6 000€ por mês pelo trabalho dele, ele está com um contrato a prazo, e não deverá receber algo perto dos 1500€ por mês.

Agora digam-me, porque é que a empresa paga 6 000€ por mês, é porque reconhece o valor dele, certo?

Então porque é que o contrata através de outra empresa? Porque não quer ter problemas com ele quando ele deixar de interessar.

Agora digam-me, o que seria melhor para ele? Receber 66 000€ por ano e poder sair a qualquer momento ou receber 21 000€ por ano e usufruir da segurança de ter ser indeminizado se deixarem de precisar dele?

O triplo não é suficiente para cobrir o risco? É que se o cliente Z deixar de precisar dele, a empresa Y poderá alegar justa causa e vai para a rua à mesma.

Pois é, ele deveria poder escolher, mas não pode, não pode porque as pessoas não deixam a flexisegurança entrar em portugal, não deixam que a meritocracia entre em Portugal.

Acham, que só acontece no caso dele, não! Acontece com milhares de pessoas que estão a trabalhar através de empresas de trabalho temporário que absorvem tudo.

Seja através de recibos verdes, contratos a prazo, ou empresas de trabalho temporário, a realidade é clara, saem prejudicados trabalhadores e empresas.

E claro, o bom trabalhador sai sempre prejudicado, porque as regras estão feitas para quem não trabalha. Pesquisem o código do trabalho, a única referência que encontrei a produtividade, dizia que era proibido usar video vigilância para aferir a produtividade dos empregados.

E esta heim? É para admirar que em Portugal haja falta de produtividade? :P

Bem, eu vos digo, temos de lutar rapaziada, temos de acabar com isto, não faz sentido andarmos a sustentar empresas de trabalho temporário, até porque elas não resolvem o problema, apenas o escondem.

Quem não conhece histórias até de colegas de trabalho que lesaram a empresa onde trabalharam, quer porque não trabalhavam, quer porque eram negligentes, quer porque custavam clientes à empresa. E a empresa nada podia fazer, porque era complicado conseguir provar a justa causa e a pessoa em causa queria uma indemnização mais alta?

Pois são estas histórias que assustam as empresas, são estas histórias que baixam os ordenados, são estas histórias que prejudicam o bom trabalhador, aquele que teve de trabalhar para a empresa pagar ao mau para se livrar dele e sobreviver.

24 abril 2008

Futebol Futebol

Eu já tinha ouvido da boca de um sociólogo que o que leva as pessoas aos estádios é a sede de violência. Eu já tinha visto que os adeptos gostam quando os jogadores deles dão trancadas nos outros jogadores. Riem-se quando o árbitro não diz nada, protestam quando diz, chamando-lhe nomes.

Quando uma vez perguntei qual era a necessidade de tanta violência, responderam-me que o futebol não era para meninas, que era para homens de barba rija. Ainda insisti porque considero que o futebol pode ser um desporto muito mais bonito, sem violência, sem faltas estudadas, sem farsas, sem mergulhos. Mas responderam-me que o futebol é assim, coisa de macho e riram-se de mim.

Enfim, agora vem um estudo dizer que a cólera é a emoção que os adeptos mais mostram num jogo de futebol.

Bem, que posso eu dizer, que em Portugal se come futebol às pazadas e que não há tempo para brincar com os filhos (apenas 6% dos pais o fazem), que em Portugal os que estudam são discriminados, os que trabalham apupados, os empreendedores ridicularizados, enfim, tugalhados no seu melhor. Nem vou dizer o que penso sobre as novelas.

Mas meus senhores, tenho uma novidade para vocês, os estrangeiros que estão a morar cá em Portugal, brincam com os filhos, preocupam-se e sacrificam-se para que tenham uma boa educação, apoiam-se uns aos outros, e em termos de nascimentos os filhos deles já são 10% dos nascimentos. Não é que não vejam futebol, até porque alguns vêem, mas têm as prioridades bem definidas.

Por isso meus senhores continuem assim, porque de facto, como Portugal continua a apostar no Turismo, vão com certeza existir muitas vagas para servir à mesa, limpeza, auxiliares, enfim...

Porque de facto, enquanto eu vejo a maior parte dos pais a querem Cristianos Ronaldos, e a meter os miúdos no futebol com 3 ou 4 anos. Eu vejo os estrangeiros a apostar na educação dos filhos, no futuro deles. Por cada Cristiano Ronaldo, quantos milhares de jovens desperdiçaram o seu futuro?

Depois queixem-se que só há trabalho precário, que não há bons empregos, pois o problema é a falta de bons empregados, que querem trabalhar, porque quando os há, as empresas querem mantê-los. O problema é que muitos deixam de o ser assim que chegam ao quadro. E por muitos pagam outros mais.

Porque é que não são os trabalhadores em situações precárias a exigir flexisegurança?

Porque flexisegurança, implica trabalhar, e no quadro actualmente, só implica trabalhar, se o empregador conseguir de uma forma clara e legal controlar esse facto, caso contrário, não se faz mesmo nada ou o mínimo que a consciência de cada um dita.

Claro que estas situações levam a que os ordenados sejam muito mais baixos do que poderiam ser, dado que trabalham 2 ou 3, e recebem no final do mês 10 ou 20.

É verdade, a grande verdade, é que andam uns a trabalhar para pagar os ordenados dos colegas que nada fazem e que depois ainda gozam com eles.

Porque gritam trabalho sim, assim é que não? Vocês querem dizer é emprego sim, trabalho não.
Porque a solução existe e as empresas querem, vocês é que não.

Porque vocês sabem como é no futebol, não rende, não joga, não joga, ganha menos, é dispensado.

Agora se vocês quisessem trabalhar, pensavam assim, rendo, jogo, ganho mais, rendo mais ainda, jogo mais ainda, ganho mais ainda.

22 abril 2008

Flexisegurança

Como em Portugal o futebol é a religião nacional, aqui vai um desafio, coloquem o futebol a cumprir o código geral do trabalho.

A começar por, contratações para posições permanentes não poderem ser preenchidas por trabalhadores temporários, treinadores, jogadores, etc.

Ou seja, assim que um treinador ou jogador entra para um clube, entra para o quadro, e só sai de lá quando se reformar ou o clube provar que ele não desempenha bem a sua função.

Como é que vão provar que o treinador não treina bem? Existem n motivos para justificar uma série de derrotas, até falta de empenho dos jogadores.

Como é que se prova que um jogador não joga bem? Por não marcar golos, por não correr muito?

Ah e o direito que eles têm ao trabalho, ou seja, de jogar até à reforma?

Pois é meus amigos, num país em que o futebol reina, toda a gente percebe, que muitas vezes o melhor é trocar um jogador ou um treinador, que apesar de não estar a funcionar numa dada equipa, noutra são excelentes.

Nem é preciso falar de jogadores ou treinadores que no FC Porto foram excelentes e noutros clubes não deram o mesmo rendimento.

E depois existe o problema de que um jogador não é o mesmo com 50 anos e por isso muitos viram excelentes treinadores. Mas não é isso que diz a lei. ;)

Pois é meus amigos, se falamos de futebol, a flexisegurança é que é, e mesmo assim o futebol já goza de um regime diferente, muito próximo.

Pois eu vos digo, o tecido empresarial está como estaria o futebol português se seguisse o código geral do trabalho.

As grandes empresas graças à sua dimensão e ao seu poder económico gozam de algumas situações e esquemas que lhes permitem libertá-las de pessoas que não querem, mas as PMEs sofrem de muitos problemas mais graves que os que toquei, e não conseguem solução, nem junto da inspecção geral do trabalho.

Manuela Ferreira Leite

Confesso que fiquei muito contente com a notícia da candidatura da Manuela Ferreira Leite para presidente do PSD. É muito importante que cada vez mais pessoas de peso, credíveis avancem para a frente dos seus partidos, só assim Portugal poderá avançar.

Confesso, que até simpatizava com o Luís Filipe Menezes antes de ele ser presidente do PSD, mas depois a forma como ele fez oposição deitou tudo a perder. Ofereceu a publicidade de um canal de TV aos media, foi populista ao explorar o descontentamento das pessoas face a medidas duras que efectivamente o governo tinha de tomar, jogou na desinformação, na distorção, enfim, desiludiu. Lamento, porque até era um político com que simpatizava.

Agora espero que a Manuela Ferreira Leite, não siga pelo mesmo caminho, espero que ela credibilize a oposição que o PSD faz ao governo e dificulte a vida ao governo, mas no sentido de obrigar o governo a fazer mais e melhor, porque sejamos honestos o governo actual está a ser populista e não está a tomar medidas que são mais que necessárias.

Por exemplo:
A Flexisegurança continua na gaveta, o desemprego aumenta, a produtividade nas empresas continua a baixar, a precariedade no mercado de trabalho abunda e ninguém ganha com isso. Motivo: basta o governo falar flexisegurança, que a oposição responde "despedimentos em massa sem justa causa" e o PS perderia as eleições, mas a questão coloca-se o que seria melhor para o país?

A avaliação dos professores recuou, vergonha, vergonha. Mas foi o que a oposição queria, foi que os professores queriam, e os alunos? Não votam. E os pais dos alunos?

O fecho das urgências, o motivo do fecho era por falta de médicos, os médicos como têm sido noticiado nos jornais continuam a sair a grande ritmo da função pública para o privado. Hello? Ninguém parou para pensar que esses médicos estão a fazer falta nalgum lado? Se era necessário fechar as urgências locais para libertar médicos, a falta de médicos deve estar cada vez pior. Nalgum lado estão pessoas a sofrer por causa disso. Mas disso não se fala nas notícias, ninguém faz manifestações por causa disso. O INEM, por exemplo, está a importar médicos de um país da américa latina.

Enfim, tanta coisa que poderia apontar em que o governo está a falhar e a oposição nada diz.

20 abril 2008

Política no seu melhor

Por várias vezes eu me insurgi contra o tipo de política que se faz em Portugal, contra a desinformação, contra a demagogia, contra o populismo. Mas a grande maioria dos portugueses pelos vistos julgam que o objectivo da oposição é esse.

Realmente num país em que o futebol conta mais do que tudo o resto, é de lamentar que as pessoas não usem os seus cérebros para pensar e se deixem manipular exaustivamente por políticos que no mínimo não posso considerar sérios dado o serviço que prestam ao país.

Ora vejamos, é verdade ou é mentira que no futebol a oposição trabalha juntamente com a direcção dos clubes na resolução dos problemas? É verdade ou é mentira que o faz de uma forma discreta e que raramente dão nas vistas em relação a esse aspecto? É verdade ou é mentira que excepto em raras situações, os adeptos não aceitam sequer que se fale mal da direcção, porque têm é de cumprir o seu trabalho à frente do clube?

Eh pá, lindo, para que o clube deles vá para a frente, para que a equipa ganhe, os tugalhados já acham que o trabalho da oposição é ajudar, mas para aquela coisa que não importa nada, aí sim, o trabalho da oposição já é dificultar e prejudicar ao máximo quem está a fazer qualquer coisa.

Alguém já parou para pensar no absurdo que está a ficar o nosso país? Alguém já pensou que os portugueses acham bem que o país Portugal não ganhe, acham bem que a oposição faça o pior possível? Bem, será isto um ódio aos restantes portugueses, e vingam-se desta forma?

Será que as pessoas não vêm que o desemprego, os maus salários, as injustiças sociais, a insegurança, e muitos outros problemas não se resolvem precisamente por causa disto, porque a população portuguesa quer é sangue.

Isto é muito triste, mas infelizmente é verdade, os portugueses gostam de ver Portugal a ser massacrado pelos outros países, tanto é verdade, que não se vê os portugueses a prestarem homenagem a empresas de sucesso, a empresários de sucesso, a investigadores de sucesso, a profissionais de sucesso. De facto alguns são homenageados, mas por grupos restritos empresariais.

Sim, tudo o que tenha a ver com fazer o nosso país progredir, os tugalhados estão fora, perseguem, atacam, difamam, deitam abaixo os empreendedores, os investigadores, todos aqueles que queiram fazer algo de bom. O motivo é simples, eles estão na oposição, na oposição em que o nosso país avance.

Na volta os tugalhados, alimentam-se nos cânticos que nos estádios absorvem e emitem aos seus adversários, para o fazer aos restantes portugueses em geral. Talvez por verem todos os outros portugueses como adeptos doutros clubes adversários, quem saberá?

Alguma vez esses tugalhados pararam para pensar que se Portugal crescesse economicamente, os clubes também ficaram economicamente mais fortes e como tal, melhores jogadores, melhores jogos, mais vitórias. Já para não falar de mais emprego, melhores ordenados, mais educação, menos insegurança, e muitas outras coisas ficariam melhores, mas este tipo de coisas aos tugalhados não interessa. O que interessa é a sua equipa, a selecção, tudo o resto estão na oposição.

29 março 2008

Utilização de Delegates em Genéricos

A minha primeira experiência com genéricos foi em C++, eram simplesmente brutais, autênticas macros, davam para fazer coisas simplesmente espectaculares. Eu sei que eram particularmente perigosos, obrigavam a que o programador soubesse o que estava a fazer.

Comigo geralmente funcionavam bem desde que tivesse sido eu a fazê-los, quando usava bibliotecas de genéricos era de facto muito mais complicado. Como tal não fiquei muito surpreendido por a Microsoft os ter simplificado em muito, mas confesso que foi uma verdadeira desilusão.

Ainda assim, volta e meia tento aprofundar as limitações que encontro, e mesmo quando não as encontro, é frequente quando volto a mexer nesse código tentar novamente.

E foi precisamente isso que hoje me aconteceu, peguei num pedaço de código já bem antigo, do tempo em que os genéricos chegaram ao mono:

public delegate void Event(T changed);

public abstract class A<T>
{
  public void Fire(Event aux)
  {
    aux(this);
  }
}
public class B : A<B>
{
}
public class C
{
  public static void Main(string[] args)
  {
    B b = new B();
    b.Fire(Yo);
  }
  public static void Yo(A<B> b)
  {
    System.Console.WriteLine("Yo");
  }
}

O que eu pretendia era que o Delegate Yo recebesse B e não A<B>, para além de complicar o código, implica estar dependente da hierarquia. Não sei porque motivo me escapou na altura, talvez algum bug do mono, dado que na altura o suporte era muito preliminar. Mas hoje tentei novamente e consegui:

public delegate void Event(T changed);

public abstract class A<T> where T : A<T>
{
  public void Fire(Event aux)
  {
    aux((T)this);
  }
}
public class B : AA<B>
{
}
public class C
{
  public static void Main(string[] args)
  {
    B b = new B();
    b.Fire(Yo);
  }
  public static void Yo(B b)
  {
    System.Console.WriteLine("Yo");
  }
}

Supostamente bastaria meter where T : A, mas não, tive de fazer um cast do this para T.
A classe é abstract, o método não é static, logo qualquer instância tem de ser obrigatoriamente T. Já que o compilador não consegue ver isso, espero que o JIT consiga.

28 março 2008

Pessoas gostam do nosso Parlamento da Vergonha

Foi com muita tristeza que hoje percebi que muitas pessoas apoiam a vergonha de política que nós temos.
Que pensam que efectivamente o trabalho da oposição é andar com estas pedradas ao governo.

Agora percebo porque as pessoas dizem que os políticos são um preguiçosos, que apenas estão ali para se encher. É porque as pessoas pensam que é esse o seu trabalho. As pessoas pensam que aquelas pedradas é o motivo pelo qual são eleitos.

Bem, assim sendo, se é isto que as pessoas pensam, então acho que não se devem queixar dos políticos que têm, é como na TV passa aquilo que as pessoas querem ver.

O que eu lamento é que seja desperdiçado tanto tempo e dinheiro assim, quando existe tanto para discutir e analisar com seriedade, não quer dizer que não se faça em debates aqui ou ali, mas não se faz de uma forma oficial. O oficial são as pedradas.

Nós devemos todos trabalhar em equipa para avançarmos, caso contrário, vamos continuar a atirar pedras uns aos outros, cada um de cima da sua árvore.

E depois quando for necessário um consenso, atiramos mais pedras e fica tudo na mesma, tal como temos feito nos últimos 30 anos.

Espanha aproveitou muitos fundos que Portugal desperdiçou neste jogo. Olhe para a Espanha.
Onde estão os Portugueses que cada um derrotava 4 Espanhóis?

Pois é, os Espanhóis avançaram e nós estamos nisto. Nós deviamos estar 4 vezes melhor que os espanhóis e ganhar 4 vezes mais. Mas eles é que nos estão a dar baile.

Eu vou ser honesto, este governo desilude-me muito, não pelo que fez, mas pelo que não fez. Existe muito mais para fazer que eles ainda não fizeram.
E não venha que para lhes bater está cá a oposição, que a oposição também não se mete nisso. E aí está o problema, ataca-se tudo, menos o que interessa.

Por exemplo, a flexisegurança é fundamental para o nosso país, um dia com calma aprofundo, basta-me usar umas comparações com o futebol para toda a gente perceber que é o melhor para todos. Mas o governo não avança com ela.

As dividas do estado, o estado tem melhorado, mas ainda demora muito a pagar.

O apoio real que o estado dá às pequenas empresas, tornando criminosos pequenos gestores que tentam salvar postos de trabalho.

A formação que o estado não dá aos gestores das PMEs.

Enfim, podia estar aqui horas a apresentar-lhe coisas que estão efectivamente erradas, e que nada se fez para efectivamente corrigir, e que me faz estar muito triste com este governo. Porque eles têm peritos que lhes indicam com muito rigor o que tem de ser feito, mas eles muitas vezes preferem adoptar medidas mais populares, mais visíveis, como por exemplo uma baixa de um ponto percentual no iva.

A oposição também sabe, por vezes até provoca com o assunto, mas quando está no poder faz o mesmo. Por isso muitas vezes se fala no passado, o que eu não concordo, porque devia ser mais um motivo para se tomar medidas já e não adiar mais.

Parlamento da Vergonha

Francamente acho que os deputados do nosso parlamento se esqueceram que o trabalho deles não é fazer oposição, mas sim ajudar o governo a governar.

É lamentável, a forma como tentam tirar coelhos da cartola que manipulam de uma forma audaz de modo a que o 1º ministro não tenha hipótese de dar uma resposta adequada. Como é que o 1º ministro pode saber tudo de cabeça, obviamente que não.

Em qualquer reunião, eu gosto que as pessoas preparem as reuniões, gosto de chegar lá e saber o que vamos discutir, porque chegar uma reunião e mandar palpites para ou ar, ou dar respostas estilo depois logo se vê, não é produtivo e detesto perdas de tempo.

Infelizmente, muitas vezes é complicado explicar isto aos clientes, não tem a noção de quão precioso e caro é o tempo, tanto nosso como o deles, porque recusam-se a dar detalhes que me permitam preparar reuniões. O que normalmente me obriga a tentar adivinhar tudo o que pretendem e em vez de demorar 30 minutos, posso chegar a demorar inclusive semanas.

Por isso é que muitas vezes prefiro as reuniões por msn, assim vão acontecendo reuniões, e sempre poupo tempo nas deslocações e nas preparações prévias. Porque posso dizer ao cliente, deixe-me analisar essa questão, que dentro de alguns dias eu dou-lhe uma resposta.

Mas chega de divagações, agora o 1º ministro por mais que queira não é possível ele adivinhar que recortes sensacionalistas ou distorções a oposição vai buscar. Porque o objectivo é precisamente esse, dizer umas coisas para ele depois ficar sem uma resposta conclusiva, para a oposição ficar bem na figura.

E o que o 1º ministro faz é, assim que algum assessor ou ministro lhe faz chegar a informação correcta, dá então a resposta atrasada que deveria ter dado ao deputado anterior. Enfim uma tristeza.

O que está em causa não é se o 1º ministro tem razão ou não, o que está em causa é que aquele tempo devia ser usado para beneficiar o país e não para ganhar votos, eles deviam estar a debater efectivamente. A dar o seu contributo para a governação do país, mas assim é uma guerra para o voto.

Porque se estivessem de boa vontade, forneciam os tópicos de discussão previamente e o 1º Ministro teria a oportunidade de discutir o assunto.

É com esta tristeza, que ajudam Portugal, com desinformações, com distorções, sempre a tentar apanhar o 1º Ministro desprevenido? Sempre a tentar fazer bonito porque lhe deram na cabeça? A baterem palmas uns aos outros como se ganhassem pontos? Não percebem que o país perde assim? Não percebem que assim não contribuem para a governação? Não percebem que assim cada vez mais as pessoas não vão acreditar neles?

É que por causa desta situação, que assuntos importantes não são devidamente debatidos, que se arrastam e vão passando de governo em governo e não se resolvem. Porque muitos deles são polémicos, e se a oposição faz barulho não há condições para avançar. Veja-se o que aconteceu com a regionalização, fosse boa ou má, quem não se lembra da desinformação que foi, com a publicidade dos tachos do CDS.

Mas existem muitos exemplos, TGV, Ota, Código do Trabalho.

É o que está acontecer actualmente com o código do trabalho que deveria evoluir no sentido da flexisegurança, mas que não há condições sérias sequer para discutir porque a oposição já conseguiu meter na cabeça das pessoas que é sinónimo de despedimentos em massa.

Para não me alongar, pensem apenas como seria o futebol e os ordenados se tivessem de cumprir o código geral do trabalho. Jogadores todos a ganhar o mesmo, a aumentar até à reforma. Jogadores com direito a jogar até aos 65 anos. Um jogador numa equipa não funciona e noutra funciona... Enfim lá se ia o futebol. Note-se que o nosso código do trabalho não promove uma cultura de mérito.

Engraçado porque os deputados atacam os grandes ordenados dos gestores, mas não os dos futebolistas? Porque as pessoas conhecem melhor esse mundo, e compreendem porque é que os futebolistas têm de ganhar mais, e como tal aí não ganham pontos, antes pelo contrário.

27 março 2008

Arroz salva Telemóveis Aquáticos?

Hoje li num artigo mais uma história de uma telemóvel que foi salvo temporariamente por arroz.

O principio é sempre o mesmo, colocar um telemóvel num ambiente em que se absorva toda a humidade.
Eu pessoalmente se tivesse um problema destes começava por lhe tirar a bateria, porque mesmo desligado, a maioria dos telemóveis estão ligados (ex. despertador).

Depois aquecia com um secador ou no forno arroz cru até uma temperatura morna para desidratar um pouco o arroz, depois deixava o arrefecer fechado para que ao arrefecer não absorvesse água do ar.

Quando o arroz estivesse frio, limpava eventual água da tampa do arroz e metia lá dentro o telemóvel e a bateria, e deixava lá um dia ou dois, provavelmente pelo meio voltava a desidratar o arroz.

Existem variações que podem incluir a utilização de desumidifadores, o que pode resultar se for um activo, só experimentando, ou a utilização de um secador, mas neste caso eu recomendaria não usar o secador no quente, apenas no ar frio. Mesmo assim, tenho algum receio que o secador empurre água para sítios onde esta não tinha chegado, uma vez que dependendo do tempo que esteve submerso a água poderá não ter chegado a todo o lado.

Pensando melhor, a melhor opção até deverá ser o desumidificador, embora seja um processo que eu suspeito que vá demorar mais tempo, até porque o que o desumidificador faz é tirar água do ar de uma zona mais ampla da qual faz parte o telemóvel.

Bem, a quem tiver este problema, boa sorte, já ouvi muitos casos de sucesso, mas não garanto nada uma vez que não tenho qualquer experiência neste assunto e cada telemóvel é um caso bem diferente, alguns até são à prova de água. Por isso avancem à vossa responsabilidade.

Apenas deixo aqui os meus bitaites para que quando tiverem um problema destes pensem no assunto primeiro.

25 março 2008

Abençoados telemóveis nas Escolas

É verdade que os telemóveis causam imensos problemas nas escolas.

Mas também é verdade que há muito tempo que eram comuns as agressões a professores e a colegas que passavam impunemente. Já para não falar questões de assédio sexual a professoras, que estas tinham vergonha de assumir.

As escolas, deviam ter câmaras de filmar em todo o lado e deviam ser supervisionadas por funcionários adequados com perfil psiquiátrico avaliado. Até nas casas de banho se sucediam no meu tempo as agressões, e ninguém via nada, ninguém fazia nada e tudo passava impune.

É preciso ver que não é preciso muito para que situações dessas traumatizem para sempre alunos ou professores. E o medo cala bocas, especialmente quando estamos a falar muitas vezes em diferenças etárias de mais de 8 anos, e que durante anos vão conviver na mesma escola. Não há como fugir.

Até porque geralmente as escolas não fazem nada, quando há queixas, ninguém viu, é a palavra da vítima, contra o agressor e os seus amigos.

É por estes motivos que se considera que a escola é o ambiente mais semelhante a um estabelecimento prisional.

Uma vez observada uma agressão ou qualquer outra situação grave, deviam ser tomadas as medidas adequadas.

Não podemos continuar a fechar os olhos ao que se passa em muitas escolas, provavelmente em todas.

Quem não sabe de coisas muito piores que se passaram nas escolas?

Eu sei que esta ideia de perda de privacidade assusta as pessoas, mas desde quando se têm privacidade numa escola?

Não terão muitos pedófilos começado nas escolas, por exemplo?
Não sabemos, não há como saber.

Mas indiscutível é isto, que jovens formamos com ambientes destes nas escolas?

17 março 2008

Utilização de Eventos em Asp.Net

Eu sempre fui um grande defensor da utilização de padrões em qualquer tipo de aplicação. Ao ponto de considerar que a grande maioria dos padrões deveriam ser parte integrante das linguagens de programação.

O problema é que nem sempre é possível integrar os padrões directamente, dado que frequentemente é preciso adaptar o padrão à utilização que pretendemos dar, ou seja temos de criar a nossa linguagem mais próxima do domínio. E para isto linguagens como o Lisp, com as suas macros são os claros vencedores.

O meu problema de hoje é precisamente com um padrão que foi integrado na linguagem. O motivo é simples, um padrão teórico é flexível e quando é instanciado é tornado mais específico. E o problema aqui era precisamente esse, seriam os eventos do .Net assíncronos ou síncronos?

É uma decisão de instanciação, ambos têm vantagens e desvantagens, mas qual teria Microsoft escolhido?

Já há bons anos que desenvolvo aplicações em .Net, na realidade no meu caso é mais em Mono, mas quando desenvolvo aplicações em Windows.Forms ou em GTK, não me importa, porque os eventos que são disparados pela interface são executados assincronamente.

Agora no restante tipo de aplicações Consola ou Web, sempre tive algumas reservas em utilizar eventos, como até agora não enfrentei situações que justificassem aprofundar esta questão, deixei andar.

Por várias vezes pesquisei sobre o assunto, mas não conseguia encontrar uma resposta clara, até que encontrei "When an event has multiple subscribers, the event handlers are invoked synchronously when an event is raised". Não foi propriamente a resposta que eu pretendia, mas por esta consigo inferir o motivo da minha dificuldade, em toda a documentação assume-se que os eventos são sempre síncronos. Então apenas importa esclarecer que mesmo quando são vários subscritores, a invocação é à mesma síncrona.

Mesmo com .net, é possível utilizar diferentes tipos de sistemas de eventos, tanto síncronos como assíncronos, como tal a documentação não devia assumir nada. Talvez noutros documentos que me escaparam a informação esteja mais clara.

16 março 2008

Populismo Anti-Governo

Estou cada vez mais farto do populismo anti-governo, não concordo com eles em muita coisa, mas bolas, medidas difíceis que deviam ter sido tomadas à anos, eles tiveram a coragem que faltou a outros governos. E cai o Carmo e a Trindade, mas nem a oposição se atreve a prometer que quando for governo volta a trás.

Estou farto deste populismo, ajudem o governo, proponham alternativas, não sejam vagos, sejam objectivos.
Mas tipo, chegar ao ponto de chamar fascista ao governo? Quando o PS até é dos grandes partidos, o único em que existe uma pluralidade real sem caças às bruxas?

Foi isso que este autor fez, embora voltando atrás na palavra em si, tentando dar a volta por outro lado. Eu percebo a angústia das pessoas, a sua insatisfação, mas estas medidas eram necessárias há muitos anos. Eu compreendo o seu ponto de vista, as pessoas têm é de ver o ponto de vista de todos, incluindo dos ministros que têm de tomar estas decisões que lhes custam votos. E ainda há demasiado para fazer, para trazer mais igualdade e justiça para Portugal, para que sejamos vistos cá, como os nossos emigrantes são vistos lá fora.

Bem, esta foi o comentário que lhe fiz.

Bem é sempre complicado comentar quando se percebe que obviamente está a ser parcial.

E existe uma simples resposta que permite tornar claro isso, já certamente viu a oposição ao governo adoptar o mesmo tipo de críticas, mas já os viu fazer promessas de voltar atrás nas alterações que o governo está a fazer?
Claro que não. Porque simplesmente, grosso modo sabem que o governo faz o que tem de fazer, e aproveitam-se dessas medidas duras para ganhar votos.

Ora veja, por exemplo, no caso da saúde, Portugal tem uma grande falta de médicos e o governo não pode criar médicos por decreto.
Como tal vê-se obrigado a geri-los da melhor forma possível, obviamente que tirar cuidados de saúde de proximidade é duro para as pessoas porque aumenta a sensação de insegurança.
Mas o governo fundamentou o seu trabalho com dados estatísticos em que mostrou que morreram menos pessoas, que a qualidade dos serviços melhorou, que Portugal subiu em rankings de saúde.
Viu por acaso a oposição contestar isso? Não, o que viu foi mudarem a conversa para a insegurança que as pessoas sentem.

Agora, em relação a afirmar que o governo é repressor, que reprime as pessoas, com todo o respeito já reparou que o maior inimigo do 1º Ministro é um deputado do seu partido, o Sr. Manuel Alegre.
Já reparou que o PS não é tão agressivo com ele, como os outros partidos são com a oposição interna? Repare agora o que se está a passar no PSD ou o que se passou recentemente no CDS ou o que se passa no PCP regularmente.

Um polícia visitar uma escola e fazer uma pergunta dessas é intimidar as pessoas, quando os polícias devem ir regularmente às escolas? Repare, essa ideia do policia inimigo é muito antiga.
Hoje em dia, um polícia deve ser considerado como um amigo do cidadão e não como alguém que se deva temer.
Como tal, eu não tenho problemas de colaborar com a polícia sempre que me é solicitado.
Agora se houve sindicatos que até forneceram informações à polícia para que os ajudasse com o trânsito, parece-me populismo aproveitar-se de ideias de antigo regime, para tentar conquistar pontos para o seu ponto de vista.

Mas lembre-se isso acabou com o 25 de Abril.

Agora a questão militar, eu pessoalmente também acho que os militares também deveriam ter o direito de se manifestar livremente. O problema não é esse.
O problema é que a falta de disciplina militar pode levar a golpes de estado e outras situações complicadas e um governo deve ter um exército que cumpra sempre as suas ordens.
Caso contrário, é o risco de anarquia, não é a minha opinião, mas parece ser a realidade do triste mundo em que vivemos.

Agora em relação à manifestação dos professores, durante 30 anos, os professores poderam eles próprios sugerir modelos de avaliação para não só promover o mérito, como remover nódoas da profissão.
Eu conheço muitas pessoas que hoje são pessoas da chamada geração recibos verdes ou 500€, em boa medida por causa de maus professores que tiveram.
Quer essas pessoas a manifestarem-se? Olhe que dava muito mais gente, o meu medo é que surja um Tino de Rãs que puxe por essas pessoas e depois vamos ter incidentes como os de Paris, por exemplo.

Portugal está de facto à beira de uma guerra civil, porque os partidos quando estão na oposição estão sempre a manipular as pessoas contra os governos.
E isto é profundamente errado, o dever de todos os partidos é ajudar a governar e não trocas de ofensas.

Existem muitos interesses instalados em Portugal, para os quais é fácil instigar as pessoas, por exemplo, os grandes lucros da banca, da Galp, da EDP, da PT, etc.

É por isso é que a situação actual aconselha muita calma e juízo.
Agora se quer atirar argumentos para o ar, continue, porque o povo poderá sair à rua.
Porque o que as pessoas querem é uma desculpa para descarregar a insatisfação que sentem.

Pode pensar que sou um defensor do PS, mas desengane-se discordo com eles em muitas coisas, mas uma pessoa tem de ter uma posição crítica objectiva.

Por momentos coloque-se no lugar do 1º Ministro e pense como faria melhor e proponha isso mesmo!

11 março 2008

Mais um carro eléctrico

Mais um carro eléctrico, com prestações de sonho, ao preço de um carro médio.

Os desportivos têm dado nas vistas, mas em breve deverão surgir os familiares e os económicos.

Mas em Portugal falam-se em grandes investimentos no petróleo.

É certo que é cedo para investir em centrais solares, porque apesar de a tecnologia ter evoluído ainda não está comercial ao ponto de ser suficientemente rentável. Mas será que quando esses investimentos estiverem prontos, ainda terão tempo de dar o respectivo retorno?

É que com estes carros a uma distância de uns 5 anos, só com impostos para atrasar a sua entrada no mercado.

Porque se a tecnologia existe e até é relativamente comum, em menos de um ano, qualquer grande fabricante consegue colocar no mercado modelos familiares. Os motores existem há muitos anos, foram evoluindo muito, o problema têm sido as baterias, agora que surgem cada vez mais soluções de baterias sofisticadas, o problema começa a estar nos postos de recarga.

Em Portugal nem os prédios nem os postos de abastecimento estão preparados para isso. Os postos de abastecimento até são de fácil alteração, o grande problema vai ser o lobby do petróleo.

Enfim, sobe petróleo sobe, porque mais cedo ou mais tarde a procura vai começar a baixar.

Apple contra ataca

Agora que estavam todos contentes com a abertura da Apple ao deixar finalmente o desenvolvimento de aplicações para o IPhone.

Afinal a Apple só deixa usar as aplicações que a Apple entende, nada de máquinas virtuais, nada de interpretadores, nada de Skype, Firefox, Flash, SilverLight, Mono, .Net, etc, etc.

Seja como for o mono já corre no IPhone, parece que a guerra está finalmente lançada. Será que é desta que a Apple vai levar tratamento igual ao já levou a Microsoft?

É que à bons anos que oiço criticar a Microsoft por práticas desleais, mas afinal o Safari também usa APIs que não estão disponíveis para o Firefox. Não foi por aí que a Microsoft começou a ter problemas?

Já nos tempos do curso, enchia-me de ouvir um colega meu com montes de falácias a defender os Apples, que eram muito melhores, mais rápidos, foi preciso vir o Steve Jobs mostrar a MacOS a correr num Intel e dizer que era muito mais rápido, para se calarem com isso.

É verdade que a Apple faz produtos muito bons, mas não só não são únicos, como isso não lhes dá o direito de decidir o que podemos ou não fazer com os produtos que compramos.

Era o que faltava a Mercedes agora vir dizer que só podemos dar boleia a pessoas previamente autorizadas, porque podem vandalizar o carro, que não podemos andar fora da autoestrada porque pode danificar a suspensão, que não podemos nos aproximar de uma praia, porque o sal pode danificar a pintura.

Bem a Sun parece que recuou na decisão de meter o java a correr no IPhone, mas o mono já lá corre.

A guerra está lançada, será que vão receber uma ameaça por parte da Apple?

Legitimação das Decisões Políticas

Neste momento já existe tecnologia que permite ao governo ter um portal onde todas as pessoas podem manifestar a sua posição.

Muitas decisões que um governo tem de tomar são polémicas, podem causar manifestações, mas ao mesmo tempo podem reunir o consenso da maioria da população.

Por exemplo, no caso da manifestação dos professores, 100 mil professores manifestaram-se em 10 milhões de habitantes. Agora o que deve pesar os 100 mil que se manifestaram ou os 9 900 mil que ficaram quietos? Deveria o governo convocar uma contra manifestação para ver qual era maior?

Claro que não, o que o governo tem de fazer é manter-se fiel ao mandato que lhe foi confiado pelo eleitorado.

O governo do Eng. Guterres, ficou conhecido por querer agradar a todos, por ter evitado manifestações e pelas graves consequências disso. Conheço várias pessoas que conhecem o Eng. Guterres pessoalmente, e todas são unânimes ao considerá-lo uma cabeça excepcional. Para dizer a verdade, essas duas pessoas, são ambos dos melhores professores que tive, um no secundário, e outro na universidade.

No entanto para evitar que se fiquem semanas a bater no mesmo assunto, um sistema que permitisse ao eleitor remotamente votar a sua oposição sobre um assunto, podia mais facilmente terminar com a pressão da oposição e dos media.

Hoje em dia com o novo cartão único, ou a partir de casa ou de um posto numa junta de freguesia cada pessoa podia exprimir a sua opinião e assim poderia-se parar de perder tempo e passar à frente.

O nosso país tem demasiados problemas para resolver, e não podemos ficar semanas, meses a discutir, decisões que na prática até têm apoio da maioria das pessoas que se preocupou com o assunto.

As outras estão a confiar no partido em que votaram ou não querem saber. Seja como for, as percentagens dos não votantes deveriam ser distribuidas de acordo com as percentagens de votos dos partidos.

Avaliação dos Professores

Ao longo de toda a minha vida escolar e académica, devo ter passado pelas mãos de mais de uma centena de professores e professoras. E gostava de dizer que foram todos excelentes, grandes professores, mas não.

O 1º Ciclo foi feito com uma professora muito boa com uma paciência muito grande, que se preocupava connosco, até em formar-nos enquanto pessoas. Para dizer a verdade, até era um dois piores alunos no primeiro ano, com outra professora provavelmente não teria chegado longe.

Por exemplo, na mesma escola a minha mãe foi chamada pela professora da minha irmã, que lhe disse que a minha irmã era muito burra e que não valia a pena. Apesar da insistência da professora e dos 4 anos que a minha irmã passou com ela, a verdade é que a minha irmã nunca chumbou ano nenhum, e acabou por se revelar uma das melhores alunas das turmas de que fez parte.

Agora coloca-se a questão, com outros pais, o que seria da minha irmã? Talvez o que aconteceu a uma prima minha que acabou por desistir da escola e que ainda hoje diz que era muito burra na escola. Eu não tenho a certeza, mas estou em crer que foi a mesma professora, a tal. Agora ela não é burra, simplesmente não acredita nela própria e deixou-se inferiorizar ao longo dos anos por causa disso.

Não se iludam isto é muito mais grave do que parece.

Um mau professor é o suficiente para destruir os sonhos de uma pessoa. Eu conheço várias pessoas que não seguiram os seus sonhos por causa de uma disciplina.

Não vou estar a discutir o motivo pelo qual isso acontece, porque geralmente misturam-se várias coisas, os medos dos alunos, os erros dos professores, os atrasos que os alunos trazem de trás, a motivação dos alunos, etc.

Agora o que é claro é que o professor pode e deve fazer a diferença. Eu por sorte andei até ao 12º numa escola privada com um contrato qualquer com o estado para prestar um serviço público. E pelo que percebi eles tinham autonomia para contratar e mandar embora professores.

E lá o que se passava é que os maus professores ou passavam a ser bons professores ou iam-se embora. Mesmo assim apanhei com muitos professores maus, professores que não queriam saber, despejavam o programa, quem apanhou apanhou, quem não apanhou paciência.

Eu não sei como é que a escola actuava, mas eu sei que apanhei com o mesmo professor no 7º ano e no 10º ano, e a verdade é que se no 7º deixava muito a desejar, no 10º ano era um professor muito diferente, preocupado, fazíamos actividades ao fim de semana, etc.

Eu não sei que avaliação a escola fazia, nem como funcionava, mas que era eficaz era. Agora o problema é que eu vivia num ecossistema privilegiado, porque a verdade é que os professores que eram corridos dali iam para algum lado e normalmente iam logo no final do 1º ano que ali estavam.

Eu soube que um dos piores professores que tive continua a dar aulas, embora numa escola pública. Pelo que me contaram ele rescindiu por mútuo acordo, ou seja a escola nem sequer teve uma forma legal de o mandar embora por justa causa.

Eu quando vejo um conflito, uma guerra, um problema, começo por perguntar quem ganha com isto?

Quem é que ganha com a guerra entre os Professores e o Ministério da Educação?

Bem, possíveis respostas são os Partidos da oposição, os Sindicatos, os maus professores.

Eu não estou a ver nenhum dos bons professores que tive perder um Sábado para ir manifestarem-se contra serem avaliados. Até porque muito deles são orgulhosos dos bons professores que são, com motivos para isso.

Os Sindicatos têm de facto interesse porque o governo tem andado a diminuir drasticamente o número de delegados sindicais, segundo li algures, de 700 para 400 e agora para 300. E agora eu pergunto na minha inocência, o que andaram estes 700 delegados sindicais a fazer nos últimos 30 anos? Ou eram apenas pagos para justificar o seu lugar enquanto sindicalistas perante os professores?

Quando se paga anualmente a advogado para nos defender, ele tem de arranjar sempre uma ameaça para nós sentirmos a necessidade de continuarmos a pagar-lhe.

Eu pergunto-me porque é que os sindicatos não introduziram regras de avaliação dos professores para protegerem os alunos dos maus professores? Eu não acredito que não sabiam que eles existiam. Simplesmente os alunos não descontam para os sindicatos.

Para a oposição, quanto mais contestação melhor, mesmo que todos os outros países com melhores resultados na educação, tenham avaliação de professores, eles contribuem para a desinformação na esperança de que ganhem votos desta maneira.

Na minha opinião, a grande maioria dos professores que esteve na manifestação, nem sequer esteve lá por causa da avaliação em si, acho que muitos deles devem lá ter ido por causa da sua situação precária e por causa das grandes mudanças em tão pouco tempo.

Nesse aspecto os professores têm razão, nunca em 30 anos foram feitas tantas alterações no ensino em Portugal, nesse aspecto, eu compreendo que os professores estejam assustados, agora de todas as críticas objectivas que ouvi concretas, não vi nenhuma que justifique a manifestação.

Assisti sim a várias desinformações, distorções da realidade, acusações vagas.

Não seria boa altura vir o Presidente do PSD dizer que se ganhar as eleições que acaba com a avaliação de professores? Esse é que é o tema do dia.

Agora já agora pergunto ao BE, que fez tanta questão de aplaudir os professores, quais é que estavam a aplaudir? Aqueles que dizem aos pais que os filhos deles nem valem a pena? Aqueles que dormem nas aulas? Que jogam ping pong? Que quando o clube deles perde, que pedem para os deixar em paz? Por isso é que em caso de dúvida se recomenda cautela.

PSD promete milhões em Publicidade da RTP às TVs

Eu não percebo como é que as pessoas em Portugal se deixam levar por isto. O actual Presidente do PSD veio à SIC, oferecer às televisões toda a publicidade do Canal 1 da RTP caso seja eleito.

Página da SIC

O assunto nem está na ordem do dia, mas porque é que a publicidade não há-de pagar parte do serviço público. Inclusive eu ainda não consegui perceber porque é que o Canal 2 da RTP sai mais barato sem publicidade. Até porque acaba por fazer publicidade a outras coisas gratuitamente. Até porque o Canal 2 aponta para nichos de mercado com publicidade específica.

O serviço público é definido, consoante as audiências, existe valor comercial ou não, e daí a venda ou não da publicidade pode ou não fazer sentido, terminar com a publicidade em nada muda o serviço público.

Como já referi, uma vez que o assunto nem está na ordem do dia, e francamente tenho dúvidas que isto agrade à maioria dos portugueses que já pensaram 5 minutos sobre o assunto, qual o verdadeiro motivo? A quem se destina esta promessa eleitoral?

Infelizmente parece que o verdadeiro objectivo é conseguir o apoio dos media para ganhar as eleições. Talvez para que façam uma marcação ainda mais cerrada ao governo.

Strengh and Honour

Sempre fui uma das pessoas mais resistentes em relação à criação de um blogue. Embora seja leitor assíduo de vários, tenho muitas reservas em relação à relevância daquilo que eu penso, face às inúmeras fontes já disponíveis e face ao que as pessoas efectivamente querem ouvir.

Sou uma pessoa demasiado frontal, digo sempre o que penso, quando não posso, raramente modero para agradar, optando por ficar calado. Já perdi amigos por causa disso, como também já recuperei alguns pelo mesmo motivo. Outros acham que agoirei.

Acredito que a maior parte dos problemas têm solução, têm é de ser analisadas as causas e atacadas frontalmente. Muitas vezes somos nós próprios os veículos das nossas desgraças. O problema é que temos muita dificuldade em ver os nossos erros, é sempre culpa de alguém, da vida, azar, bruxaria, sina, destino, etc.

Não faço promessas sobre as mensagens que aqui vou deixar, vão ser sobre os meus assuntos do dia que tiver a oportunidade de aqui deixar.