12 abril 2012

Portugal - honestidade precisa-se!

Há anos que digo isto, que o empregado custa em média ao patrão mais do dobro do que recebe.
Mas ninguém quer saber, o que importa é alimentar a velha guerra contra os patrões, os exploradores...

Os patrões, aqueles que criam empregos, muitos deles por carolice que tentam empurrar o país para a frente, que pagam ordenados e as despesas do estado, esses é para deitar abaixo.

Tirando alguma actividade empresarial do estado, toda a real receita do estado vem da actividade privada. Dizer que são os funcionários públicos que estão a pagar a crise é a mesma coisa que dizer que são as crianças com a semanada que ajudam os pais a pagar a renda da casa. Ou seja se os pais ficarem sem emprego e se não tiverem direito a subsídios, sempre têm a ajuda das semanada à mesma?

Tão eficaz porque os empregados e os funcionários públicos são a maioria do eleitorado.

Ui, então quando o objectivo é falar nos ordenados milionários e habilmente se fala nos mesmos antes de impostos, quando se sabe que os portugueses fazem comparações é com o que levam para casa...

O que importa se muitas vezes um ordenado milionário é de uma pessoa que deu lucro e um ordenado mínimo é de uma pessoa que deu prejuízo? Nada. E se cerca de 3/4 vão direitinhos em impostos para o estado? Nada.

Os Portugueses precisam de parar para pensar e perceber que temos de passar a ter um comportamento emergente sério e honesto. Não é que em Portugal a maioria não sejam pessoas sérias e honestas, o problema é que não são essas que estão a ditar aquele que é o comportamento colectivo nacional.

O melhor exemplo é sem dúvida o momento em que passamos, em que para que o país aceite as reformas estão a impor as medidas de austeridade que só pioram a situação.

Não é por acaso que as tão faladas reformas, nomeadamente na justiça ou na máquina fiscal sempre foram tão problemáticas e tão pouco desejadas.

É que os desonestos intimidam as pessoas sérias e honestas, fazendo-as temer um estado papão que as vêm destruir, quando no fundo é a eles que a situação actual interessa para que possam continuar a depenar as pessoas sérias e honestas.

Ou há alguém que não perceba que quando o amigalhaço foge aos impostos ou recebe subsídios indevidamente, são os que não fogem que os têm de pagar?

Ou há alguém que acredite seriamente que um país com uma justiça e uma máquina fiscal pouco eficazes é bom para pessoas honestas?

Eu sei que muitas vezes as desonestidades das pessoas são a resposta a outras de que foram alvo e a falhas graves do estado.
Não podemos dizer por exemplo, que esmagar umas empresas com impostos pesadíssimos enquanto outras vivem da economia paralela não é uma falha grave do estado.
Que quando uma empresa é alvo da desonestidade de outra, o estado não intervêm, mas exige os seus impostos, também não seja uma falha grave.
Entre muitos outros exemplos.

Mas a desonestidade não é solução, a desonestidade é apenas afundar ainda mais o buraco.
A esmagadora maioria dos portugueses ambiciona o bem estar de outros países, onde as pessoas na sua maioria dizem confiar nos habitantes dos mesmos.
Em Portugal se pergunto às pessoas se confiam nos portugueses, riem-se.
Portugal precisa de mudar, Portugal precisa de honestidade activa!

E honestidade activa implica as pessoas serem honestas nas suas opiniões, não meros repetidores de manipuladores que lhes dizem coisas simples para andarem de boca em boca.

Quantas vezes faço perguntas simples às pessoas e as deixo caladas ou me respondem que não percebem nada disso. Não percebem porque não querem porque assim podem repetir aquilo que toda a gente quer ouvir, mas que toda a gente sabe que não é verdade.

O exemplo mais espantoso é os ataques à nossa classe política, eu só pergunto, se eles dissessem a verdade, votava neles? A resposta em geral é o silêncio.

A culpa está em cada um de nós, não basta ser honesto, é preciso lutar no dia a dia conta a desonestidade.

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